
Acontece, dizem uns, outros dizem é a vida, e cada pessoa à sua maneira, resigna-se aos imprevistos.
O certo é que vai acontecendo... coisas muito boas!!!, boas!!!, menos boas... e más.
Cumprimentamos, desejamos saúde, muita saúde, saudamos num ritual quotidiano que nem nos apercebemos da importância de tê-la.
Somos compassivos e impotentes perante a doença e até é difícil conseguir disfarçá-la.
Falta o ânimo a força, a ausência do sorriso e das gargalhadas, é porque quando estamos doentes é muito difícil pensar em coisas engraçadas.
Simplesmente queremos é estar bem.
Sentimos que os passos deixam de ser firmes, e os pensamentos vacilam entre o optimismo e receio do menos bom.
Não é por egoísmo, é já sentir saudade de estar bem.
Apesar do cinzento e das banalidades, vou viajando incólume para lugares só meus. Os sítios dos meus sonhos.
Refugiu-me na poesia, e passo a transcrever:
- Mar Novo 1958
Este é o tempo
Este é o tempo
Da selva mais obscura
Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura
Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura
Este é o tempo em que os homens renunciam.
Sophia de Mello Breyner