sexta-feira, 16 de maio de 2008
Faço-lhe uma sugestão
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele observa, “parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis“. A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho como motivo de meditação: “Como se comporta a Sua Solidão?“ Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Há dias assim
Isto é cansaço.
É desconforto interior.
O meu pensamento, vai durante longas horas...divagando
nas experiências,repetidas ao longo da vida com monotonia.
Vejo-me ao espelho
Não sei quem é.
Olhos cansados.
As rugas desenham-se como os caminhos, que já percorri .
Os vincos à volta da boca ...
Uma cara. Mais feia que bonita.
Quem será?
Equívocos da vida.
Há dias que a vida se esquece de nós,
que nos tornamos egoístas, que só olhamos para nós,
para dentro...
e sentimos o vazio.
A razão nem sempre explica o mundo
Hoje choveu, é verdade.
Há dias assim...
É desconforto interior.
O meu pensamento, vai durante longas horas...divagando
nas experiências,repetidas ao longo da vida com monotonia.
Vejo-me ao espelho
Não sei quem é.
Olhos cansados.
As rugas desenham-se como os caminhos, que já percorri .
Os vincos à volta da boca ...
Uma cara. Mais feia que bonita.
Quem será?
Equívocos da vida.
Há dias que a vida se esquece de nós,
que nos tornamos egoístas, que só olhamos para nós,
para dentro...
e sentimos o vazio.
A razão nem sempre explica o mundo
Hoje choveu, é verdade.
Há dias assim...
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