quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Regredir






Não sei se fico mais velha, porque me lembro de ser criança.


Sei que hoje 40 anos após a tua súbita e inesperada ausência, a mãe esperou por ti.


Talvez não saiba ler o calendário, desistiu de saber do tempo, tem falhas de memória, esqueceu-se da vida, aborreceu-se com o mundo, mas precisamente hoje olhou para mim e disse:


- Hoje não saio de casa.


- Estou à espera do telefonema do Guido!


Deixou-me a pensar, na vida não há coincidências.


O tributo que deste, já não é valorizado, não é importante na História de Portugal, com certeza ficarias desiludido na regressão ao mundo dos vivos.

Eu, nunca te esqueci.
Descansa em Paz.

Funchal

Funchal