Não sei se fico mais velha, porque me lembro de ser criança.
Sei que hoje 40 anos após a tua súbita e inesperada ausência, a mãe esperou por ti.
Talvez não saiba ler o calendário, desistiu de saber do tempo, tem falhas de memória, esqueceu-se da vida, aborreceu-se com o mundo, mas precisamente hoje olhou para mim e disse:
- Hoje não saio de casa.
- Estou à espera do telefonema do Guido!
Deixou-me a pensar, na vida não há coincidências.
O tributo que deste, já não é valorizado, não é importante na História de Portugal, com certeza ficarias desiludido na regressão ao mundo dos vivos.
Eu, nunca te esqueci.
Descansa em Paz.