segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fui à casa das tias.

Abri o portão de ferro pintado a vermelho,
rangeu como dantes sobre o chão de pedra lapidada.
Subi os cinco degraus.
Tudo igual!!!
Os jardins cheios de diversos arbustos, plantas tropicais, cactos...o grande cedro que todos nós subimos, tão velhinho não suportou tantos Invernos, e os braços caíram desamparados.
Foi cortado, resta o seu tronco com diâmetro digno de uma mesa de sala.
Mais à frente a capela em cumprimento de um voto à Imaculada Conceição, ladeada pelas mesmas cameleiras, a lápide de mármore com o registo datado em 26 de Julho no ano de 1959 , benzeu no local a primeira pedra o Cardeal Dom Teodósio Clemente de Gouveia, o primeiro e, até à data, único cardeal madeirense.
O lago dos peixinhos hoje está cheio de terra, é uma floreira.
Onde era a casinha de prazeres forrada com palha de trigo e corriolas de flores é um espaço aberto onde continua a mesa ao centro de cimento pintada a vermelho.
Era onde bebíamos chá, refrescos, comíamos biscoitos e saboreávamos os melhores bolinhos do mundo!
O maracujaleiro, o tomateiro inglês continuam junto à porta da cozinha, e para baixo a imensidão de terreno cultivado.
Todo o interior foi modificado, mas continuam a mesma estrutura o mesmo tamanho e as mesmas janelas...
O cheiro ficou, a emoção a alegria neste reencontro, transformei-me em criança com as mesmas sensações incríveis, senti-me feliz mesmo estando triste.
O passado voltou.
Revivi parte da minha infância, das minhas raízes:
- A minha família!!!
Vou continuar a dizer que, viver o momento é o mais importante, mas a saudade acaba sempre por me atraiçoar...

Funchal

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