sábado, 3 de outubro de 2009

" O silêncio das Manhãs " in a criança em ruínas de José Luís Peixoto

O silêncio das manhãs
e a magia cantada da nossa felicidade, recordas mãe o riso aberto das crianças na paz do nosso quintal?

A luz filtrada pelos pessegueiros e a luz maior e muito mais limpa do olhar,
recordas mãe a segurança calada dos nossos abraços distantes?

As minhas irmãs meninas, o meu pai, o teu rosto pequeno, menina, recordas mãe os domingos com gasosa e uma galinha depenada?

A tua cadela sem raça a guardar-nos e a dormir quieta aos nossos pés, recordas mãe como morreu, como acabaram os domingos e as manhãs, para nunca mais ser domingo ou manhã no silêncio do nosso quintal?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A ilusão, e a espera....

E assim, ficamos sós...
Eu, à espera do nada.
Sem resposta.
Sem a ilusão.
Sem regresso.
Em silêncio.
Neste mundo,
que é uma grande sala de espera...
Ver partidas e chegadas.
Criar ilusões...
Sonhando!!
A hora passa...
A Ilusão espera com esperança.
A ilusão é falsa, a esperança não.
Um dia, vou encontrar a ilusão sentada,
esperando a esperança.
A esperança corre ao vento,
pelo tempo,
pelos campos,
pelos rios e mares!
Quer ser encontrada...mas demora...
o dia passa, a noite passa,
a esperança sonha...sonha que chegou .
Quem sabe a ilusão passou,
e a esperança não deu atenção?!

Funchal

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