domingo, 1 de maio de 2011

Tenho medo da vida, minha Mãe


... Diz à dor que me espera eternamente, para ir embora.
Expulsa a angústia imensa.
Do meu ser, que não quer e que não pode....
Dá-me um beijo.
Minha Mãe, minha Mãe, eu tenho medo.
Me apavora a renúncia.
Dizei que eu fique.
Afugenta este espaço que me prende.
Afugenta o infinito que me chama.
Que eu estou com muito medo, minha Mãe.



(do livro de Vinicius de Moraes "Poesia completa e Prosa", Rio de Janeiro 1998, pág. 186)

Funchal

Funchal