sábado, 13 de junho de 2009

O imprevisível acontece.

O imprevisível é não ter ideal nenhum.
Porque ele é imprevisível.
Adoptar um só disfarce?
Colocar uma só cara?
Ou parte dela?
Ando à procura do ideal.
Porque o ideal é ir.
É estar pronta para ir para todos os lugares.
Todas as pessoas têm um ideal.
Claro que é impossível não ter ideal.
É impos­sível para mim.
Há uma série de coisas, que são efectivamente impossíveis, mas posso tentar o que é impossível, apenas porque é limitado.
Digo de propósito,que dou perfei­tamente como possível.
Quando eu penso num ser divino que me vigia, que bate num, e premeia outro, estou realmente a transportar-me a mim própria, para uma atmosfera divina, para um poder divino que de nenhuma maneira me pertence.
O que há lá, que pode ser tudo, é tão ilimitada, que não pode tomar nenhuma das minhas histó­rias reais.
Pela essência é imprevisível, voa tudo.
Então talvez um ideal muito importante hoje é passarmos do previsí­vel ao imprevisível.
Porque eu estou a criar e a viver numa civilização que me parece que temos por ideal o previsível.
Hoje, eu acredito na inteligência relativista, que me parece ser exacta­mente uma maneira de dominar o imprevisível.
E, a minha resistência, e a minha força é também imprevisível!

Funchal

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