segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mudar de vida.



A ofensa magoa.
Chegou a hora de acabar com tudo o que não se realiza.
A vida diz-me que é tempo de mudança.
De liberdade!
As quedas não têm que me fechar para o mundo.
Não me vão deixar triste ou endurecer. 
Eu sou hoje, o que fiz no meu passado.

Quero espaço e oportunidade ao que é novo na minha vida. 
E vou viver o presente em harmonia.
E ser feliz! porque sei qual é o meu caminho.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Voar


Voar é ver o mundo de cima.
É ver o horizonte, 
e até onde podemos ir.
Para além, 
não vemos,
não sabemos…
Simplesmente, imaginamos…

É bom sempre poder sonhar!
Quero viver como um acontecimento! 
Como um momento que começa do zero. 
Quero sentir que tudo de bom começa 
e sem hora para acabar…
e vou continuar a voar



domingo, 6 de maio de 2012

Dia da Mãe



No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.
Poema à Mãe, de Eugénio de Andrade

Funchal

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