segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Só por isto, comemoro a Revolução de 25 de Abril de 1974

Extractos de:
RESENHA HISTÓRICO-MILITAR DAS CAMPANHAS DE ÁFRICA (1961-1974)




Do
8º VOLUME

- Mortos em Campanha

- Tomo II

- Guiné – Livro 1

- 1ª Edição (2001) Página 553 (2º registo)


- Nome - Guido Ponte Brazão da Silva


- Posto - Alferes Miliciano de Cavalaria


- Operações Especiais


- Numero - 19769668


- Unidade - Companhia de Cavalaria n.º 2748


- Unidade Mobilizadora Regimento de Cavalaria n.º 3 – Estremoz


- Estado Civil - Solteiro


- Local de Operações - Camamelifé


- Data do Falecimento - 22 de Outubro de 1970, em Canquelifá (nordeste da Guiné,
junto à fronteira do Senegal )


- Causas da morte - Acidente, com arma de fogo


- Local da sepultura - Cemitério da Ajuda – Lisboa


- Observações: Accionamento de granada – armadilha IN
(Comandante o Capitão Castro Neves, SPM 6493, e , Alferes Paiva Nunes)



E, eu, até rezava todas as noites para o meu irmão não morrer...
Aconteceu, o que toda a família, mais temia...

E fizemos luto, sem corpo, sem nada, e ficou o fantasma da guerra ocupando o lugar vazio.

38 anos de silêncio profundo ...
O Exército deu a terrível notícia, aos meus pais, da maneira habitual
Impessoal, telegráfica, seca e desumana.





3 comentários:

Anónimo disse...

porque, para alguns de nós, ultrapassar não significa esquecer. Não significa fingir. Não significa resignar. Não significa não olhar. Não significa deixar. Não significa calar.

Admiro. Sinto orgulho(ainda mais). A coragem da mais buzica.
Beijo grande.

Concha disse...

...eu,sou assim.
Obrigado.
Beijos e abraços.

MarTIC@ disse...

:)

BARCOS DE SOLDADOS

Vejo barcos ao longe, vejo barcos
Ondas, os bailam na fina espuma
Leva magotes de soldados magros
Que a injustiça, enrola na bruma

São homens de bem, como outros
Cujo, seu mal foi nascer pobre
A espingarda os espera nos portos
Que p’las pontas, suas vidas consome

Tantos barcos repletos de medo
Tantas vidas de destino fugido
Tantos ódios que vão batendo
Tantas almas de futuro perdido

Os homens são todos iguais
Mas a cor do dinheiro, senhores a cor!
Divide o mundo em partes desiguais
Chorando a vida, peçonhento pavor

Sua esperança, essa não tem fim
Neste mundo de amanhã incerto
Ela é um sonho livre, que voa por ai
Nos bons, que deste mal vai desperto

Tantos barcos repletos de medo
Tantas vidas de destino fugido
Tantos ódios que vão batendo
Tantas almas de futuro perdido

O mundo, nesta miséria gira
Tanto sangue escorre a seus pés
O senhor do mal, vai tocando a lira
E o soldado suplicando no convés

Fernando Ramos

X@u

Funchal

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